sábado, 18 de dezembro de 2010

William Shakespeare


"De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,

Ou se vacila ao mínimo temor.

Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;

É astro que norteia a vela errante,

Cujo valor se ignora, lá na altura.

Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfange não poupe a mocidade;

Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.

Se isso é falso, e que é falso alguém provou,

Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou".

E, Por Sermos... Amores...Amados...Amantes...Amigos...
Tudo Dito, É Verdadeiro E Por Sê-Lo, Devemos Seguir,
Como Mandamentos, Imperioso À felicidade...!!!!!

domingo, 5 de dezembro de 2010

11 Coisas que você precisa saber antes de fazer uma doação


Fazer caridade não é simplesmente assinar um cheque e entregá-lo a uma entidade beneficente. Para que seu ato seja eficaz, é preciso participar.

Por Dalen Jacomino

Seriam os brasileiros pessoas generosas? A se fiar nas estatísticas disponíveis, nem tanto. Cada brasileiro que paga imposto de renda desembolsa, em média, 23 reais por ano em doações. Nos Estados Unidos, são gastos 780 reais (400 dólares) com esse mesmo objetivo.
Essa diferença tem algumas explicações. A primeira delas, óbvia, é que os brasileiros, em média, têm menos dinheiro que os americanos. A segunda é mais complicada: não faz parte da cultura nacional levar a sério contribuições para obras ou entidades meritórias. Enquanto os americanos são conhecidos por sua tradição em fazer filantropia, os brasileiros ainda estão no pré-primário desta escola. Podem dar, e dão, uma esmola aqui e ali para o mendigo que estende a mão, mas em geral, têm pouco interesse em ações consistentes de ajuda ao próximo.
O resultado é que há uma distância longa entre a maioria das instituições beneficentes e seus colaboradores potenciais, sejam empresas ou pessoas físicas. A falta de transparência na administração das entidades, a pouca divulgação dos resultados dos projetos e a escassez de orientações sobre como fazer a doação de forma eficiente atrapalham ainda mais essa situação.
Dados apresentados pela CPM - Centro de Pesquisa Motivacional, revelam, por exemplo, que 54% dos jovens brasileiros querem ser voluntários mas não sabem como começar. Os motivos são diversos. Em geral, as pessoas fazem doações ou contribuições por pressão do grupo, culpa, obrigação ou por prazer. Seja qual for o seu motivo, é preciso encarar o ato de caridade como um negócio, que envolve pesquisas prévias, definição de metas e acompanhamento dos resultados. Mas, fique atento.
www.filantropia.org
Artigos Especiais

Nesse caso, o que se mede não são os resultados financeiros, mas sim, os benefícios efetivos que poderão ser alcançados com o auxílio de sua contribuição. "É preciso mais racionalidade e menos emoção na hora de se fazer uma doação", afirma Léo Voigt, vice-presidente do Gife - Grupo de Instituições, Fundações e Empresas - que reúne mais de 40 entidades filantrópicas brasileiras. "É muito fácil errar na área social".
Prova disso é que o chamado Terceiro Setor, o social tende a se profissionalizar cada vez mais. A Harvard Business School, nos Estados Unidos, tem especializações voltadas para as questões sociais. A Fundação Getúlio Vargas possui uma cadeira específica sobre o assunto, que orienta a administração de trabalhos voltados para a comunidade. A Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo, USP, e a Pontifícia Universidade Católica, PUC, também contam com núcleos de estudos sobre o assunto.
Para ajudá-lo a não errar na hora de doar, VOCÊ S.A. ouviu especialistas do mercado e preparou o roteiro a seguir. Veja os 11 itens mais importantes a serem considerados para que você não jogue seu dinheiro fora e realmente ajude quem precisa.

1) Aprenda com os erros dos outros
Se você não tem experiência no assunto, vá com calma. Afinal, ninguém quer ver seu dinheiro escorrer pelo ralo. Primeiro, aproxime-se de quem já está habituado a fazer doações, como amigos, vizinhos ou representantes da comunidade. Aprenda como essas pessoas executam as contribuições. Tire suas dúvidas, peça dicas, questione, discuta vantagens e desvantagens, "Esse primeiro contato é muito importante, porque, com ele, você poderá evitar enganos que já foram cometidos pelos outros", afirma Léo Voigt, do Gife.
2) Defina a área que mais precisa de sua ajuda
Você já pensou em ajudar crianças e adolescentes carentes? Ou, então, em contribuir com projetos de recuperação do meio ambiente? Que tal bancar parte do tratamento de doentes de câncer? Todas essas áreas precisam muito de ajuda, mas você deve escolher uma. Essa decisão é resultado de sua própria reflexão. Se optar por mais de uma área, tenha cuidado para não se perder em meio a vários projetos e objetivos diferentes.
3) Em que região deve estar localizada a entidade beneficiada?
O próximo passo é a escolha da área geográfica. Muitas pessoas preferem estar bem próximas das entidades que ajudam: a creche do bairro ou a entidade que abriga deficientes físicos da própria cidade. Nesse caso, há uma vantagem. Você poderá verificar no dia-a-dia, como suas contribuições serão aplicadas. Outras pessoas acreditam que projetos em outros estados, como as famílias atingidas pela seca no Nordeste ou a destruição da Floresta Amazônica, são mais importantes. Entidades locais ou não, a escolha é sua.
4) Monte uma lista das entidades candidatas à doação
Esta etapa é a mais trabalhosa. Apesar de já ter em mente o perfil da instituição que pretende apoiar, é preciso definir uma. Para isso, comece com um levantamento de todas as entidades que se enquadram nas características traçadas anteriormente. Se você não tem idéia, visite o site www.filantropia.org ou consulte as registradas nos conselhos Municipal e Estadual. Estes últimos são órgãos, compostos por representantes do governo e pela população, que acompanham e auxiliam o trabalho de algumas entidades beneficentes.
Normalmente, eles têm um material amplo sobre as instituições e suas atividades. No caso de crianças, há o Conselho da Criança e do Adolescente, que poderá oferecer informações. As Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais podem ser uma referência para quem pretende ajudar esse grupo.
O Gife também conta com uma página na Internet (www.gife.org.br) que reúne institutos, fundações e empresas que têm projetos em filantropia. Há uma ficha sobre cada uma delas disponível no site.
5) A visita às instituições pode ser fundamental para uma decisão correta
Depois da pesquisa, escolha duas ou três instituições que mais se adequam aos seus critérios e faça uma visita. "É muito eficaz verificar pessoalmente (olho no olho) como funciona a instituição e qual o estado de suas instalações", afirma Oded Grajew, presidente do Instituto Ethos e do Conselho de Administração da Fundação Abrinq. Descubra qual é a essência do trabalho desenvolvido. Por exemplo, numa creche, os dirigentes não devem apenas dizer quantas crianças abrigam, mas como o fazem, quais os projetos para incrementar as atividades ou as metas para ampliação do prédio onde está localizada. "O objetivo de uma instituição não lucrativa é melhorar a qualidade do seu serviço a cada dia", afirma Allison Fine, diretora executiva da Innovation Network, uma consultoria de entidades beneficentes de Washington, Estados Unidos.
Peça também uma lista das pessoas que estão na linha de frente da entidade. Conheça melhor suas idéias e seus valores. Quanto mais você mantiver contato com essas pessoas, menos surpresas desagradáveis terá. Não tenha vergonha de pedir informações sobre as finanças da entidade. Pergunte se as contas são controladas por alguma auditoria periódica. Peça para dar uma olhada nos balanços. Se o trabalho for sério, a direção da entidade não terá problema algum em apresentar esses dados.
6) Desenvolva um trabalho em conjunto com a entidade
Definido o nome da instituição, é hora de você começar a trabalhar em parceria. Léo Voigt sugere que a entidade apresente um projeto por escrito para o qual seria destinada a doação. Um roteiro de como serão feitos os investimentos, qual o retorno que se espera do projeto, prazos etc. "Um dos principais erros cometidos atualmente pelas pessoas e empresas que fazem doações é que elas não se informam direito sobre o que será feito com o dinheiro e criam expectativas, muitas vezes, irrealistas. Acham que vão mudar o mundo", afirma Voigt. Em alguns casos, quando se sabe qual será o projeto beneficiado, é possível organizar um calendário de doações. Elas podem até ser realizadas em etapas e não de uma só vez.
Além disso, ao ter em mãos um documento fica muito mais fácil cobrar depois.
7) Esteja atento aos resultados
Não pense que sua participação chegou ao fim. Se você desistir agora, pode pôr tudo a perder. Para qualquer doação ser eficaz, você precisa acompanhar os resultados. Para estar ligado, peça informes periódicos para a entidade. Dados como o número de pessoas beneficiadas pelo projeto, o que foi concluído e o que ainda falta. Dessa forma, você corre menos riscos de ver seu dinheiro aplicado em projetos ineficazes. "Se você faz uma doação para uma escola pobre, não quer ver seu dinheiro aplicado na reforma da sala do diretor, mas na compra de material didático para os alunos", diz Voigt.
8) Você não é o dono da bola só porque fez uma contribuição à entidade

Tenha cuidado para não inverter os papéis. Não é porque você fez uma doação para determinada entidade que poderá entrar lá e comandar tudo do seu jeito. "Esse é um dos equívocos mais comuns cometidos pelos colaboradores, que acabam se sentindo os donos do pedaço", afirma Oded Grajew, do Instituto Ethos. É preciso respeitar o trabalho da instituição e até ajudar com seu conhecimento ou experiência, mas sem mudar o que já é feito com eficiência.
9) Há Benefícios Financeiros?
Os benefícios financeiros de se fazer uma doação são irrisórios. Não há um programa eficaz de estímulo à filantropia no país. Uma das exceções é a cultura. Qualquer pessoa pode ajudar o financiamento de um projeto cultural e ter esse valor deduzido até 6% (pessoa física) e 4% (pessoa jurídica) do imposto a pagar. No caso dos filmes, a dedução é de até 3%. Quem ultrapassa esses limites não tem restituição sobre o excedente. Além da cultura, as doações ao fundo da Criança e do Adolescente também contam com benefício fiscal. O limite da dedução do imposto é de 6% para pessoa física e 1% para pessoa jurídica.
10) Talvez você possa ser um sócio-contribuinte
Você não tem tempo para fazer tudo isso. Sua carga horária no trabalho e com as atividades em casa está totalmente tomada. Você não tem condições de acompanhar os resultados do projeto e nem manter um contato mais próximo com a entidade. Há ainda uma última saída. Você pode tornar-se sócio-contribuinte. Nesse caso, você escolhe a entidade e faz doações periódicas. Nos fundos dos conselhos municipais e estaduais ou da Criança e do Adolescente, por exemplo, a própria comunidade realiza a fiscalização periódica sobre o destino das verbas recebidas. Não há necessidade de um acompanhamento mais intenso.
11) Seja voluntário
Você pode ainda contribuir com entidades beneficentes sem fazer doações em dinheiro. Seja um voluntário. Para isso, aproveite seu conhecimento ou experiência em determinada atividade e ponha isso em prática. "O voluntário de hoje pode ser o doador de amanhã", afirma Stephen Kanitz, organizador do Prêmio Bem Eficiente. Se você não souber por onde começar, na Internet (www.voluntarios.com.br) há uma lista de mais de 4 850 entidades que precisam de seu trabalho. É só dar um clique no seu mouse e pôr a mão na massa.

Artigo Publicado na Revista Você S.A. - fevereiro 1999 - ano 1 nº 8.

Tudo são maneiras de ver



Onde você vê um obstáculo,
alguém vê o término da viagem
e o outro vê uma chance de crescer.
Onde você vê um motivo pra se irritar,
Alguém vê a tragédia total
E o outro vê uma prova para sua paciência.
Onde você vê a morte,
Alguém vê o fim
E o outro vê o começo de uma nova etapa...
Onde você vê a fortuna,
Alguém vê a riqueza material
E o outro pode encontrar por trás de tudo, a dor e a miséria total.
Onde você vê a teimosia,
Alguém vê a ignorância,
Um outro compreende as limitações do companheiro,
percebendo que cada qual caminha em seu próprio passo.
E que é inútil querer apressar o passo do outro,
a não ser que ele deseje isso.
Cada qual vê o que quer, pode ou consegue enxergar.
"Porque eu sou do tamanho do que vejo.
E não do tamanho da minha altura."

Fernando Pessoa

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

As mulheres assassinaram o cavalheirismo

Não preciso que ninguém pague a conta do restaurante: trabalho desde os 20 anos e posso muito bem arcar com o preço da minha almôndega.

Não preciso que ninguém puxe a cadeira para que eu sente: tenho braços e o mínimo de coordenação motora para realizar a tarefa.

Não preciso que ninguém abra a porta do carro para eu entrar: consigo usar minhas mãos pra isso. E, bônus, sem cair de cara no meio-fio.

Realmente posso fazer tudo isso sozinha. Mas adoro quando um homem faz por mim.

Cavalheiros são uma raça superior; e mulheres que sabem receber essas delicadezas sem chiliques, também. Nada mais ridículo do que uma feminista ensandecida que interpreta uma simples gentileza masculina (chamar o garçom para servir o vinho, por exemplo) como uma ameaça devoradora à sua independência. Parece que ele está querendo extirpar o clitóris da cidadã. Ah, vá se catar! Beba o vinho e cala a boca: deixe o cara ser homem e cuidar.

Adoro mimos masculinos. Quanto mais flores chegarem ao meu trabalho, melhor. Curto que cedam a passagem para mim na escada rolante. Se ele quiser ficar do lado da rua enquanto andamos na calçada, tudo bem: não sinto minha liberdade ameaçada porque ele prefere que eu não seja atropelada. É uma tremenda mentira dizer que afagos cavalheirísticos não fazem falta nestes tempos de tantas obrigações, deveres infindáveis. Para que me privar de coisas tão boas quanto ter uma jaqueta colocada sobre as minhas costas numa noite de vento frio? Aceito ser a parte mais “fraca” se isso significa ser cuidada com carinho.

Mas homem cavalheiro é um troço difícil de achar. E a culpa é, em boa parte, das mulheres: se parássemos de reclamar da falta de modos e galanteios dos machos e nos tornássemos melhores professoras (seja como fêmeas, seja como mães), todas estaríamos mais satisfeitas. No final das contas, eles são frutos da nossa educação. Se a maioria tem o grau de gentileza de um hooligan é porque deixamos de mostrar que ser zeloso não é sinônimo de ser veadinho e que ser carinhoso não broxa; nos omitimos na hora de apontar a trilha certa e só saímos da moita no momento de dar bronca porque eles enfiaram o pé no estrume. Daí já é meio tarde: a merda está feita.
P.S: Da mesma maneira que as mulheres deixaram de admitir e achar natural serem subjugadas, está na hora de reivindicar sermos tratadas com gentileza. E tratar da mesma forma. Porque, pra mim, ser gentil não está associado a querer traçar alguém; apenas acho que o mundo, com um pouco mais de tato, se tornaria um lugar mais agradável para passar a vida. E como é o único lugar que todos temos…

sábado, 9 de outubro de 2010

John Lennon, faria hoje 70 anos!


John Winston Lennon, o garoto de Liverpool que se tornou um ícone da rebeldia rock and roll com os Beatles e em sua carreira solo, foi amado e odiado por suas músicas e convicções políticas, e foi assassinado aos 40 anos por um fã com distúrbios mentais, viveu uma das histórias mais conhecidas e fantásticas do século 20. Se estivesse vivo, ele completaria 70 anos neste 9 de outubro.
John entrou na faculdade de Artes, mas continuou dando prioridade para a banda. Em 1960 os quatro garotos, com Pete Best foram para Hamburgo, onde tocaram uma temporada de 48 noites em bares da cidade, fazendo shows longos, movidos à anfetaminas. De volta a Liverpool, começaram a ganhar fama tocando no Cavern Club, onde conheceram o empresário Brian Epstein, que os aconselhou a substituir Best por Ringo Starr. O resto é história. A partir do primeiro single gravado, Love Me Do, em 1962, os Beatles viaram a maior banda de rock do mundo e símbolo da década de 60, durante a chamada "Beatlemania".
Em carreira solo, Lennon compôs clássicos autobiográficos como Instant Karma!, Cold Turkey (sobre o vício em heroína), God (que tem a famosa frase "O Sonho Acabou"), Mother (sobre a rejeição da mãe Julia), Jealous Guy (pedido de desculpas a Yoko após uma briga) e o hino pacifista Imagine. Morando em Nova York e participando ativamente de movimentos pelo fim da guerra, Lennon passou a ser considerado "inimigo do Estado" pelo então presidente dos EUA Richard Nixon, que o tentou deportar do país. A partir de 1975, ele se afastou dos palcos e se dedicou a cuidar do filho Sean.
Em 1980 ele voltou a gravar, e fez o disco Double Fantasy. Mas a volta foi interrompida em 8 de dezembro daquele ano, quando Mark David Chapman, após pedir para Lennon autografar um disco, lhe deu um tiro, na frente do apartamento onde o cantor morava. John Lennon morria e virava uma lenda, aos 40 anos. Desde então, a mito em torno do menino de Liverpool que acreditava que podia mudar o mundo com seu talento só cresceu, e hoje fãs de todo o mundo celebram os 70 anos de nascimento de John Winston Lennon.

Crônica do Amor


Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.

O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.

Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.

Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.

Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.

Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.

Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no
ódio vocês combinam. Então?

Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.

Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a
menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.

Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama
este cara?

Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.

É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura
por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.

Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?

Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.

Não funciona assim.

Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.

Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!

Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.

Arnaldo Jabor

terça-feira, 28 de setembro de 2010

UTOPIA- THOMAS MORE




Já que a "bola da vez" está em torno das Eleições, que tal pensarmos em um Brasil melhor...em uma Bahia melhor e uma Salvador perfeita para vivermos...vamos relembrar A Utopia...

Embora Utopia signifique lugar nenhum, ela representa uma ilha com uma comunidade perfeita. O livreto descreve o encontro de Thomas More, seu amigo Peter Gilles, e um velho estrangeiro chamado Raphael Nonsenso no jardim do hotel de More, na Antuérpia. Raphael é um antigo marinheiro que viajou com Américo Vespúcio. Após a morte de Vespúcio, Raphael continuou a viajar para novos lugares, incluindo Utopia.Sua descrição da terra ideal compreende o escopo da estória. Utopia é um lugar onde não há propriedade privada, onde todos trabalham, mas sem exageros. Os moradores de Utopia trabalham por três horas pela manhã e por três horas a tarde com um intervalo de duas horas no meio. Os empregos não dependem da pessoa ser homem ou mulher ou da sua formação anterior. Todos em Utopia vestem uma mesma roupa lisa. Os moradores de Utopia adultos não usam jóias; eles consideram os metais preciosos e as jóias como brinquedos para crianças. Um trecho do livro descreve a chegada de embaixadores estrangeiros. Eles usavam as jóias extravagantes e as vestimentas das cortes européias. Quando eles desembarcaram, eles ouviram, por acaso, as crianças rindo e dizendo: "Olhe para os bebezões". Os embaixadores logo perceberam que os seus jogos de prestígio não iria funcionar em Utopia, e eles tiraram as jóias. Embora nós, como leitores, podemos ser tentados a pensar que estas são as visões idealísticas de More, assim como o personagem de sua história, ele leva um certo tempo para aceitar todo o estilo de vida utopiano.Entretanto, Utopia é um ataque amargo a sociedade do renascimento cristão europeu. Ironicamente, os habitantes de Utopia são pagãos, apesar de que, na prática, eles são melhores cristãos que os cristãos europeus. Em outras palavras, os habitantes de Utopia são pacíficos, amáveis e respeitáveis. É ensinado a cada criança a cultivar a terra e sua educação artística liberal não tem fim em uma determinada idade. Entretanto, More não concorda com todas as práticas dos moradores de Utopia, ele permanece com muitas de suas idéias. Assim, o livro termina com More dando conta de que Inglaterra e Europa jamais irão adotar uma visão utopiana.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

VOTE NA DILMA por Arnaldo Jabor

VOTE NA DILMA !
as promoções da época!
Vote na Dilma e ganhe, inteiramente gratis, um José Sarney de presente agregado ao Michel Temmer.
Mas não é só isso, votando na Dilma você também leva, inteiramente grátis (GRÁTIS???) um Fernando Collor de presente.
Não pense que a promoção termina aqui.
Votando na Dilma você também ganha, inteiramente grátis, um Renan Calheiros e um Jader Barbalho.
Mas atenção: se você votar na Dilma, também ganhará uma Roseana Sarney no Maranhão, uma Ideli Salvati em Santa Catarina e uma Martha Suplício em S.Paulo.
Ligue já para a Dirceu-Shop, e ganhe este maravilhoso pacote de presente: Dilma, Collor, Sarney pai, Sarney filho, Roseana Sarney,
Renan Calheiros, Jáder Barbalho, José Dirceu, Delúbio Soares, José Genoíno, e muito, muito mais, com um único voto.

E tem mais, você também leva inteiramente grátis, bonequinhos do Chavez, do Evo Morales, do Fidel Castro ao lado do Raul Castro,
do Ahmadinejad, do Hammas e uma foto autografada das FARC´s da Colombia.
Isso sem falar no poster inteiramente grátis dos líderes dos bandidos "Sem Terra", Pedro Stedile e José Rainha,
além do Minc com uniforme de guerrilheiro e sequestrador.

Ganhe, ainda, sem concurso, uma leva de deputados especialistas em mensalinhos e mensalões.
E mais: ganhe curso intensivo de como esconder dinheiro na cueca, na meia, na bolsa ...,
ministrado por Marcos Valério e José Adalberto Vieira da Silva e José Nobre Guimarães.

Tudo isto e muito mais..

TSE retira comentário do Arnaldo Jabor do Site da CBN
REPASSANDO

Leia o comentário de Dora Kramer, Estadão de Domingo:
'A decisão do TSE que determinou a retirada do comentário de Arnaldo Jabor do site da CBN,
a pedido do presidente 'Lula' até pode ter amparo na legislação eleitoral, mas fere o preceito constitucional da liberdade de imprensa.
'Não deixem de ler e reler o texto abaixo e passem adiante'!

A VERDADE ESTÁ NA CARA, MAS NÃO SE IMPÕE.
(ARNALDO JABOR)
O que foi que nos aconteceu?
No Brasil, estamos diante de acontecimentos inexplicáveis, ou melhor,'explicáveis' demais.
Toda a verdade já foi descoberta, todos os crimes provados, todas as mentiras percebidas.
Tudo já aconteceu e nada acontece. Os culpados estão catalogados, fichados, e nada rola.
A verdade está na cara, mas a verdade não se impõe. Isto é uma situação inédita na História brasileira!!!!!!!
Claro que a mentira sempre foi a base do sistema político, infiltrada no labirinto das oligarquias, mas nunca
a verdade foi tão límpida à nossa frente e, no entanto, tão inútil, impotente, desfigurada!!!!!!!!
Os fatos reais: com a eleição de Lula, uma quadrilha se enfiou no governo e desviou bilhões de dinheiro
público para tomar o Estado e ficar no poder 20 anos!!!!
Os culpados são todos conhecidos, tudo está decifrado, os cheques assinados, as contas no estrangeiro,
os tapes, as provas irrefutáveis, mas o governo psicopata de Lula nega e ignora tudo !!!!!
Questionado ou flagrado, o psicopata não se responsabiliza por suas ações. Sempre se acha inocente
ou vítima do mundo, do qual tem de se vingar. O outro não existe para ele e não sente nem remorso nem vergonha do que faz !!!!!
Mente compulsivamente, acreditando na própria mentira, para conseguir poder. Este governo é psicopata!!!
Seus membros riem da verdade, viram-lhe as costas, passam-lhe a mão nas nádegas.
A verdade se encolhe, humilhada, num canto. E o pior é que o Lula, amparado em sua imagem de 'povo',
consegue transformar a Razão em vilã, as provas contra ele em acusações 'falsas', sua condição de cúmplice e Comandante em 'vítima'!!!!!
E a população ignorante engole tudo.. Como é possível isso?
Simples: o Judiciário paralítico entoca todos os crimes na Fortaleza da lentidão e da impunidade.
Só daqui a dois anos serão julgados os indiciados - nos comunica o STF.
Os delitos são esquecidos, empacotados, prescrevem. A Lei protege os crimes e regulamenta a própria desmoralização
Jornalistas e formadores de opinião sentem-se inúteis, pois a indignação ficou supérflua. O que dizemos não se escreve,
o que escrevemos não se finca, tudo quebra diante do poder da mentira desse governo.
Sei que este é um artigo óbvio, repetitivo, inútil, mas tem de ser escrito...
Está havendo uma desmoralização do pensamento.
Deprimo-me:
Denunciar para quê, se indignar com quê? Fazer o quê?'
A existência dessa estirpe de mentirosos está dissolvendo a nossa língua. Este neocinismo está a desmoralizar as palavras,
os raciocínios. A língua portuguesa, os textos nos jornais, nos blogs, na TV, rádio, tudo fica ridículo diante da ditadura do lulo-petismo.
A cada cassado perdoado, a cada negação do óbvio, a cada testemunha, muda, aumenta a sensação de que as idéias não correspondem mais aos fatos!!!!!
Pior: que os fatos não são nada - só valem as versões, as manipulações.
No último ano, tivemos um único momento de verdade, louca, operística, grotesca, mas maravilhosa, quando o Roberto Jefferson abriu a
cortina do país e deixou-nos ver os intestinos de nossa política.
Depois surgiram dois grandes documentos históricos: o relatório da CPI dos Correios e o parecer do procurador-geral da república.
São verdades cristalinas, com sol a Pino.
E, no entanto, chegam a ter um sabor quase de 'gafe'.
Lula-Petistas clamam: 'Como é que a Procuradoria Geral, nomeada pelo Lula, tem o desplante de ser tão clara!
Como que o Osmar Serraglio pode ser tão explícito, e como o Delcídio Amaral não mentiu em nome do PT ? Como ousaram ser honestos?'
Sempre que a verdade eclode, reagem.
Quando um juiz condena rápido, é chamado de exibicionista'.
Quando apareceu aquela grana toda no Maranhão (lembram, filhinhos?), a família Sarney reagiu ofendida com a falta de 'finesse' do governo de FH,
que não teve a delicadeza de avisar que a polícia estava chegando....
Mas agora é diferente.
As palavras estão sendo esvaziadas de sentido.
Assim como o stalinismo apagava fotos, reescrevia textos para contestar seus crimes, o governo do Lula está criando uma língua nova,
uma neo-língua empobrecedora da ciência política, uma língua esquemática, dualista, maniqueísta, nos preparando para o futuro político simplista
que está se consolidando no horizonte.
Toda a complexidade rica do país será transformada em uma massa de palavras de ordem , de preconceitos ideológicos movidos a dualismos
e oposições, como tendem a fazer o Populismo e o simplismo.
Lula será eleito por uma oposição mecânica entre ricos e pobres, dividindo o país em 'a favor' do povo e 'contra', recauchutando significados
que não dão mais conta da circularidade do mundo atual. Teremos o 'sim' e o 'não', teremos a depressão da razão de um lado e a psicopatia
política de outro, teremos a volta da oposição Mundo x Brasil, nacional x internacional e um voluntarismo que legitima o governo de um Lula 2 e um Garotinho depois.
Alguns otimistas dizem: 'Não... este maremoto de mentiras nos dará uma fome de Verdades'!

ESSE TEXTO PRECISA E DEVE SE TRANSFORMAR NA MAIOR CORRENTE QUE A INTERNET JÁ VIU !!!
TSE determinou a retirada do comentário de Arnaldo Jabor do site da CBN.
Não deixe de repassar é o mínimo que podemos fazer diante de tanta corrupção!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Fragmento de mais uma obra-prima de Fernando Pessoa…


Amo como o amor ama.
Não sei razão pra amar-te mais que amar-te.
Que queres que te diga mais que te amo,
Se o que quero dizer-te é que te amo?
Quando te falo, dói-me que respondas
Ao que te digo e não ao meu amor.
Ah! não perguntes nada; antes me fala
De tal maneira, que, se eu fora surda,
Te ouvisse todo com o coração.
Se te vejo não sei quem sou: eu amo.
Se me faltas [...]
… Mas tu fazes, amor, por me faltares
Mesmo estando comigo, pois perguntas —
Quando é amar que deves. Se não amas,
Mostra-te indiferente, ou não me queiras,
Mas tu és como nunca ninguém foi,
Pois procuras o amor pra não amar,
E, se me buscas, é como se eu só fosse
Alguém pra te falar de quem tu amas.
Quando te vi amei-te já muito antes:
Tornei a achar-te quando te encontrei.
Nasci pra ti antes de haver o mundo.
Não há cousa feliz ou hora alegre
Que eu tenha tido pela vida fora,
Que o não fosse porque te previa,
Porque dormias nela tu futuro.
E eu soube-o só depois, quando te vi,
E tive para mim melhor sentido,
E o meu passado foi como uma ‘strada
Iluminada pela frente, quando
O carro com lanternas vira a curva
Do caminho e já a noite é toda humana.
Quando eu era pequena, sinto que eu
Amava-te já longe, mas de longe…
Amor, diz qualquer cousa que eu te sinta!
— Compreendo-te tanto que não sinto,
Oh coração exterior ao meu!
Fatalidade, filha do destino
E das leis que há no fundo deste mundo!
Que és tu a mim que eu compreenda ao ponto
De o sentir…?

domingo, 25 de julho de 2010

PREOCUPAÇÕES- André Luiz


Não se aflija por antecipação, porquanto é possível que a vida resolva o seu problema, ainda hoje, sem qualquer esforço de sua parte.

Não é a preocupação que aniquila a pessoa e sim a preocupação em virtude da preocupação.

Antes das suas dificuldades de agora, você já faceou inúmeras outras e já se livrou de todas elas, com o auxílio invisível de Deus.

Uma pessoa ocupada em servir nunca dispõe de tempo para lembrar injúria ou ingratidão.

Disse um notável filósofo: "uma criatura irritada está sempre cheia de veneno", e podemos acrescentar: "e de enfermidade também".

Trabalhe antes, durante e depois de qualquer crise e o trabalho garantirá sua paz.

Conte as bênçãos que lhe enriquecem a vida, em anotando os males que porventura lhe visitem o coração, para reconhecer o saldo imenso de vantagens a seu favor.

Geralmente, o mal é o bem mal-interpretado.

Em qualquer fracasso, compreenda que se você pode trabalhar, pode igualmente servir, e quem pode servir carrega consigo um tesouro nas mãos.

Por maior lhe seja o fardo do sofrimento, lembre-se de que Deus, que agüentou você ontem, agüentará também hoje.

XAVIER, F.C.Pelo Espírito André Luiz - Do livro "Sinal Verde", cap. 25, edição CEC

terça-feira, 13 de julho de 2010

AMIGAS




Minhas amigas que amo,

Quando eu era pequena, acreditava no conceito de uma melhor amiga. Depois, como mulher, descobri que se você permitir que seu coração se abra, você encontrará o melhor em muitas amigas.
É preciso uma amiga quando você está com problemas com seu homem.
É preciso outra amiga quando você está com problemas com sua mãe.
Outra quando você quer fazer compras, compartilhar, curar, ferir, brincar ou apenas ser.
Uma amiga dirá: ‘vamos orar’, uma outra ‘vamos chorar’,
outra ‘vamos lutar’ outra ‘vamos fugir’.
Uma amiga atenderá às suas necessidades espirituais, uma outra à sua loucura por sapatos, uma outra à sua paixão por filmes, outra estará com você em seus períodos confusos, outra será a luz e uma outra será o vento sob suas asas.
Mas onde quer que ela se encaixe em sua vida, independente da ocasião, do dia ou de quando você precisa, seja com seus tênis e cabelos presos, ou para impedir que você faça uma loucura… todas essas são suas melhores amigas.
Elas podem ser concentradas em uma única mulher ou em várias… uma do ginásio, uma do colegial, várias dos anos de faculdade, algumas de antigos empregos, algumas da igreja, outras do grupo de canto coral, em alguns dias sua mãe, em alguns dias sua vizinha, em outros suas irmãs, e em outros suas
filhas.
Assim, podem ter sido 20 minutos ou 20 anos o tempo que essas mulheres passaram e fizeram a diferença em sua vida.
Obrigada a todas que fazem parte do meu círculo de mulheres maravilhosas que fizeram e ainda fazem a diferença em minha vida!!!

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Flor- Paulo Coelho


Quem tentar possuir uma flor, verá sua beleza murchando. Mas quem apenas olhar uma flor num campo, permanecerá para sempre com ela. Você nunca será minha e por isso terei você para sempre.

Cleiton, saudades para sempre



A dor da perda é muito forte...


A Morte não é Nada
" Santo Agostinho "


"A morte não é nada.
Eu somente passei
para o outro lado do Caminho.

Eu sou eu, vocês são vocês.
O que eu era para vocês,
eu continuarei sendo.

Me dêem o nome
que vocês sempre me deram,
falem comigo
como vocês sempre fizeram.

Vocês continuam vivendo
no mundo das criaturas,
eu estou vivendo
no mundo do Criador.

Não utilizem um tom solene
ou triste, continuem a rir
daquilo que nos fazia rir juntos.

Rezem, sorriam, pensem em mim.
Rezem por mim.

Que meu nome seja pronunciado
como sempre foi,
sem ênfase de nenhum tipo.
Sem nenhum traço de sombra
ou tristeza.

A vida significa tudo
o que ela sempre significou,
o fio não foi cortado.
Porque eu estaria fora
de seus pensamentos,
agora que estou apenas fora
de suas vistas?

Eu não estou longe,
apenas estou
do outro lado do Caminho...

Você que aí ficou, siga em frente,
a vida continua, linda e bela
como sempre foi."

domingo, 11 de julho de 2010

A cada 2 horas, uma mulher é morta no Brasil



Uma mulher é assassinada a cada duas horas no Brasil, deixando o país em 12º no ranking mundial de homicídios de mulheres. A maioria das vítimas é morta por parentes, maridos, namorados, ex-companheiros ou homens que foram rejeitados por elas. Segundo o Mapa da Violência 2010, do Instituto Sangari, 40% dessas mulheres têm entre 18 e 30 anos, a mesma faixa de idade de Eliza Samudio, 25 anos, que teria sido morta a mando do goleiro Bruno.
A reportagem é de Tatiana Farah e publicada pelo jornal O Globo, 11-07-2010.
Dados do Disque-Denúncia, do governo federal, mostram que a violência ocorre na frente dos filhos: 68% assistem às agressões e 15% sofrem violência com as mães, fisicamente.
Em dez anos (de 1997 a 2007), 41.532 meninas e adultas foram assassinadas, segundo o Mapa da Violência 2010, estudo dos homicídios feito com base nos dados do SUS. A média brasileira é de 3,9 mortes por 100 mil habitantes; e o estado mais violento para as mulheres é o Espírito Santo, com um índice de 10,3 mortes. No Rio, o 8º mais violento, a taxa é de 5,1 mortes.
Em São Paulo — onde Eloá Pimentel, de 15 anos, foi morta em 2008 após ser feita refém pelo ex-namorado em Santo André, e que agora acompanha o desfecho do assassinato de Mercia Nakashima — a taxa é de 2,8.
Pesquisadora: assassinos se acham donos das mulheres O sociólogo Julio Jacobo Waselfisz, responsável pelo levantamento do Mapa da Violência, criou um ranking das cidades com maior incidência de homicídio feminino em relação à população de mulheres. Dezenove cidades têm incidência de assassinatos maior que o país mais violento do mundo para as mulheres, El Salvador, com 12,7 mortes por 100 mil habitantes.
Em Alto Alegre (Roraima) e Silva Jardim (Rio), a taxa chega a ser 80% maior. Nos últimos cinco anos, o índice foi de 22 e 18,8 mortes, respectivamente.
Outras nove cidades do Rio estão entre as 30 mais violentas: Macaé (7ºlugar), Itaguaí (14º), Guapimirim (19º), Saquarema (22º), Rio das Ostras (23º), Búzios (27º) e Itaboraí (29º). Entre as 30 mais violentas, oito são capixabas, incluindo Vitória, com 13,3 mortes por 100 mil habitantes.
Duas são paulistas, Itapecerica da Serra e Monte Mor, esta em 6olugar, com 15,2 mortes.
— A impunidade é o maior instrumento de incentivo à violência. A lei da selva impera em detrimento da educação, numa sociedade que exalta a violência. É preciso criar uma cultura da tolerância e da aceitação das diferenças— diz Waselfisz.
Segundo dados divulgados pela ministra Nilcéa Freire, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, os chamados do Disque-Denúncia (usado para denunciar abusos contra mulheres) passaram de 46 mil chamados em 2006 para 401 mil ligações em 2009. No primeiro trimestre deste ano, o serviço cresceu 65% em relação a igual período do ano passado, para 145,9 mil chamados.
Os relatos de violência triplicaram: de 9,3 mil para 29 mil. As mulheres agredidas têm entre 20 e 45 anos (62%), e nível médio de escolaridade. E 40% das assassinadas tinham de 18 a 30 anos. Os agressores têm entre 20 e 55 anos. Segundo Nilcéa, os crimes ocorrem quando elas terminam o relacionamento violento ou decidem ter um filho.
Autora do livro “Assassinato de Mulheres e Direitos Humanos”, que reúne dez anos de pesquisas sobre homicídios femininos em São Paulo, Eva Blay diz que há um padrão de agressores.
Em sua pesquisa, de cada dez mortas por conhecidos, sete foram assassinadas por companheiros ou ex. As vítimas são de todas as classes sociais:
— Para os assassinos, a noção de serem proprietários das mulheres começa muito cedo.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

"Precisa-se de Matéria Prima para construir um País"

João Ubaldo Ribeiro

A crença geral anterior era que Collor não servia, bem como Itamar e Fernando Henrique.
Agora dizemos que Lula não serve.
E o que vier depois de Lula também não servirá para nada...
Por isso estou começando a suspeitar que o problema não está no ladrão corrupto
que foi Collor, ou na farsa que é o Lula.
O problema está em nós. Nós como POVO. Nós como matéria prima de um país.
Porque pertenço a um país onde a "ESPERTEZA“ é a moeda que sempre é valorizada, tanto ou mais do que o dólar.
Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família, baseada em valores e respeito aos demais. Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como
em outros países, isto é, pondo umas caixas nas calçadas onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO OS DEMAIS ONDE ESTÃO.
Pertenço ao país onde as "EMPRESAS PRIVADAS" são papelarias particulares de seus empregados desonestos, que levam para casa, como se fosse correto, folhas de papel, lápis, canetas, clipes e tudo o que possa ser útil para o trabalho dos filhos... E para eles mesmos.
Pertenço a um país onde a gente se sente o máximo porque conseguiu "puxar" a tevê a cabo do vizinho, onde a gente frauda a declaração de imposto de renda para não pagar ou pagar menos impostos.
Pertenço a um país onde a falta de pontualidade é um hábito. Onde os diretores das empresas não valorizam o capital humano.
Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e depois reclamam do governo por não limpar os esgotos.
Onde nossos congressistas trabalham dois dias por semana para aprovar projetos e leis que só servem para afundar o que não tem, encher o saco do que tem pouco e beneficiar só a alguns. Pertenço a um país onde as carteiras de motorista e os certificados médicos podem ser comprados", sem fazer nenhum exame.
Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no ônibus, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não dar o lugar.
Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o pedestre. Um país onde fazemos um monte de coisa errada, mas nos esbaldamos em criticar nossos governantes.
Como "Matéria Prima" de um país, temos muitas coisas boas, mas nos falta muito para sermos os homens e mulheres de que nosso País precisa.
Esses defeitos, essa "ESPERTEZA BRASILEIRA" congênita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até converter-se em casos de escândalo, essa falta de qualidade humana, mais do que Collor, Itamar, Fernando Henrique ou Lula, é que é real e honestamente ruim, porque todos eles são brasileiros como nós, ELEITOS POR NÓS.
Nascidos aqui, não em outra parte... Entristeço-me. Porque, ainda que Lula renunciasse hoje mesmo, o próximo presidente que o suceder terá que continuar trabalhando com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo,
somos nós mesmos.
E não poderá fazer nada... Não tenho nenhuma garantia de que alguém o possa fazer melhor. Mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.
Nem serviu Collor, nem serviu Itamar, não serviu Fernando Henrique, e nem serve Lula, nem servirá o que vier. Qual é a alternativa?
Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror?
Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa "outra coisa" não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados... Igualmente sacaneados!
É muito gostoso ser brasileiro. Mas quando essa brasilinidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, aí a coisa muda... Não esperemos acender uma vela a todos os Santos, a ver se nos mandam um Messias.
Nós temos que mudar! Um novo governante com os mesmos brasileiros não poderá fazer nada.. Está muito claro... Somos nós os que temos que mudar.
Agora, depois desta mensagem, francamente decidi procurar o responsável, não para castigá-lo, senão para exigir-lhe (sim, exigir-lhe) que melhore seu comportamento e que não se faça de surdo, de desentendido.
Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR O ESPELHO.
"MEDITE!!!"

É O QUE EU SEMPRE DIGO.

“O GOVERNO SOMOS NÓS,

OS POLÍTICOS, NEM TANTO ASSIM.”
(PAULO BUSKO)

E eu acrescento: o que nos falta é EDUCAÇÃO!

domingo, 13 de junho de 2010

Ode ao Amor


Enches o peito de cada homem, medras
N’alma de cada virgem, e toda a alma
Enches de beijos de infinita calma...
E o aroma dos teus beijos infinitos
Entra na terra, bate nos granitos
E quebra as rochas e arrebenta as pedras!


És soberano! Sangras e torturas!
Ora, tangendo tiorbas em volatas,
Cantas a Vida que sangrando matas,
Ora, clavas brandindo em seva a insana
Fúria, lembras, Amor, a soberana
Imagem pétrea das montanhas duras.


Beijam-te o passo multidões escravas
Dos Desgraçados! - Estas multidões
Sonham pátrias douradas de ilusões
Entre os tórculos negros da Desgraça
Flores que tombam quando a neve passa
No turbilhão das avalanches bravas!


Tudo dominas! - Dos vergéis tranqüilos
Aos Capitólios, e dos Capitólios
Aos claros pulcros e brilhantes sólios
De esplendor pulcro e de fulgências claras,
Rendilhados de fulvas gemas raras
E pontilhados de crisoberilos.


Sobes ao monte onde o edelweiss pompeia
N’alma do que subiu àquele monte!
Mas, vezes, desces ao segredo insonte
Do mar profundo onde a sereia canta
E onde a Alcíone trêmula se espanta
Ouvindo a gusla crebra da sereia!


Rompe a manhã. Sinos além bimbalham.
Troa o conúbio dos amores velhos
- As borboletas e os escaravelhos
Beijam-se no ar... Retroa o sino. E, quietos
Beijam-se além os silfos e os insetos
Sob a esteira dos campos que se orvalham.


E em tudo estruge a tua dúlia - dúlia
Que na fibra mais forte e até na fibra
Mais tênue, chora e se lamenta e vibra...
E em cada peito onde um Ocaso chora
Levanta a cruz da redenção da Aurora
Como a Judite a redimir Betúlia!


Bem haja, pois, esse poder terrível,
- Essa dominação aterradora
- Enorme força regeneradora
Que faz dos homens um leão que dorme
E do Amor faz uma potência enorme
Que vela sobre os homens, impassível!


Esta de amor onde queixosa, Irene,
Quedo, sonhei-a, aos astros, ontem quando
Entre estrias de estrelas, fosforeando,
Egrégia estavas no teu plaustro egrégio
Mais bela do que a Virgem de Corrégio
E os quadros divinais de Guido Reni!


Qual um crente em asiático pagode,
Entre timbales e anafis estrídulos,
Cativo, beija os áureos pés dos ídolos,
Assim, Irene, eis-me de ti cativo!
Cativaste-me, Irene, e eis o motivo,
Eis o motivo por que fiz esta ode.

Augusto dos Anjos

domingo, 9 de maio de 2010

Feliz Dia das Mães




Mães
Mães, geralmente é a vocês que cabe a educação dos filhos,
sobretudo no capítulo modos à mesa, arrumação do quarto etc.

Não sejam preguiçosas! É mais fácil fazer que ensinar.
Mas tenham coragem, ensinem.
E comecem cedo para que os bons hábitos se tornem
uma segunda natureza e não um procedimento
para se ter só na frente das visitas.

Seja rigorosa! Eles vão te odiar às vezes.
Você vai querer esganá-los freqüentemente.
Faz parte entre as pessoas que se amam.
Mas um belo dia alguém vai dizer o quanto seu filho é educado,
prestativo, gentil, querido. Você vai desmaiar de surpresa e
felicidade.

Eu nunca me esqueço daquela história da mãe que
se dirigiu a uma especialista em boas maneiras para saber com
que idade ela deveria colocar seu filho no curso. Ao saber que o
filho estava com três meses de idade ela respondeu: “Mas talvez
já seja muito tarde!”.

Não morra de vergonha se seu filho der um vexame
na frente dos seus amigos.
Não valorize os erros nem dê bronca em público.
Nunca trate a criança com se ela fosse uma débil mental,
elas entendem tudo!

Use sempre um bom vocabulário.
Isso aumenta a capacidade lingüística das crianças
e não fique para morrer de culpa se algum dia precisar
frustrar seu filho, tipo promessa que não pode ser cumprida,
etc.
Apesar do que dizem os especialistas, uma frustraçãozinha de vez
em quando prepara a criança
para aprender a suportá-las quando no decorrer da vida elas
infelizmente acontecerem.

O palavrão. É dito por todos.
Até em televisão, escrito nos jornais, etc.
Pretender que uma criança não repita é puro delírio.
Vamos moderar.
Mas a regra de ouro seria:
palavrão na linguagem corriqueira uma coisa,
mas não pode ser usado jamais na hora da raiva, da briga.
Isso vale também para os adultos.

Ensinem, obriguem seus filhos a cuidarem da bagunça que fazem.
O copo de Coca-Cola? De volta pra cozinha.
A revistinha que acabou de ler? Para o quarto.
Os milhares de papeizinhos de Bis? Amassar e jogar no cinzeiro.

A lista não tem fim porque a imaginação de uma criança para
instalar o caos onde quer que esteja é também infinita.

Alguns mandamentos:
Não sair pra se servir correndo na frente dos outros.
O ideal, aliás, seria que as crianças até certa idade fizessem
as refeições antes dos adultos, com as mães ali ao lado,
patrulhando as boas maneiras.
Não deixar cair um grão sequer na mesa.
Não encher demais o prato. Há fome no mundo, etc, etc...
Se encher que coma tudo.
A partir dos cinco anos, não cortar a carne toda de uma vez.
Cinco? Talvez eu tenho exagerado. Sete.
Não misturar carne com peixe.
Macarrão com farofa, etc. isso é cultura.
Pedir licença pra se levantar quando a refeição terminar,
pode alegar que precisa estudar, para evitar aquela tortura de
ficar na mesa até a hora do café.
Um suplício.
Não bater a porta do quarto com estrondo nem quando brigar com o
irmão.
Só gritar se for por mordida de cobra.
Ou ficar mudo ou estático dentro do elevador.
Não chamar a amiga da mãe de tia.
Alias não chamar ninguém de tia a não ser
as tias de verdade.
E só pra deixar bem claro: tia Rosina, tia Helena, nunca tia
só.
Eu adoro bebes! Quando começa a idade da correria,
eu confesso que já adoro um pouco menos.
Eu tenho que dizer isso bem baixinho pra não ofender as mães.
Vamos então falar dessa fase sublime:
Elas gostam de passar no espaço de quinze centímetros que existe
entre o sofá e a mesa, brincam de pique numa sala de dois por
três.
Colocam a cadeira na frente da televisão,
se penduram nos lustres, pintam as paredes da sala,
o teto e etc, etc e tudo aos gritos.
Eu penso que esta talvez seja a fase de maior energia do ser
humano.
Ah, é a idade das guerras de travesseiros, das almofadas que
voam pela janela.
Jovens pais adoram essas traquinagens.
Tudo bem.
Mas não ache tão estranho se alguns de seus amigos
não curtirem tanto quanto você essa fase tão adorável dos seus
filhotes.
Crianças são difíceis mesmo, é preciso muita paciência pra
agüentar o que elas freqüentemente aprontam.

Mas as crianças crescem, e um dia querem trazer
a namorada pra dormir em casa.
Dinheiro para o Motel só se você der.
Então o que fazer?
Claro, a gente compreende a situação mas francamente,
ter que cruzar no corredor com a gatona despenteada
de camiseta e escova de dente na mão talvez perguntando:
“Tia, dá pra me emprestar uma escova de cabelo?”
OK, dá. Mas e se você tem três filhos?
Vão ser três gatonas?
Acho que eu liberaria a casa nos fins de semana
e iria dormir no sofá da casa da minha mãe,
de um amigo, no banco da praia, deixando a garotada à vontade.
Eles e eu numa boa.
Mas só ate domingo às dezenove horas, nem um minuto a mais.

Mesmo os filhos mais modernos costumam ser caretésemos em
relação as suas próprias mães.
Portanto, vá anotando, na frente dos filhos:
Mãe não namora, não toma mais de um drink,
não fala que acha o Jeff Bridge um tesão.
Perdão! Mãe não pronuncia essa palavra.
Nem sabe o que quer dizer.
Não usa mini-saia, não pode adorar Madona,
só pode gostar de Roberto Carlos, Julio Iglesias.
Eles te amam, mas essas preferências sempre incomodam.

Nem amigos comuns se deve ter por precaução.
Portanto quando o destino colocar vocês na mesma festa,
pareça o que eles querem que você seja, anule-se.
Tenha pouca, pouquíssima personalidade.
Faça o tipo distinto e alegre, se possível, use uma peruca
grisalha. Seja discreta e assexuada, tenha poucas opiniões, se
enturme com os mais velhos e trate os mais jovens como se fosse
assim uma tia simpaticona, nada mais. Ria das historias deles e
não conte nenhuma sua.
Mãe não tem passado.
Só fale de receitas, crianças, se ofereça pra levar um vestido
na costureira pra consertar, tenha bons endereços pra fornecer.

Dicas de cozinha, conte como era o mundo do seu tempo,
seus filhos vão adorar e depois dessa festa, vá correndo tomar
um whisk duplo no bar do Bonju pra não ter um enfarte.

Em compensação, na frente dos netos, faça tudo que não deve e
muito mais!
Netos costumam adorar avós, digamos, fora dos padrões.
É que eles sabem que vão poder contar com elas
como fortes aliadas nas crises de caretice dos pais.

Cruel? Não... apenas verdade.
E mais: Isso é que faz o Equilíbrio da Vida.

sábado, 24 de abril de 2010

Mais Belle Époque...





Belle Époque




Estava agora pouco vendo umas pinturas que retratam a Belle Époque e resolvir falar um pouco sobre essa linda Époque...

A Belle Époque (bela época em francês) foi um período de cultura cosmopolita na história da Europa que começou no final do século XIX (1871) e durou até a eclosão da Primeira Guerra Mundial em 1914. A expressão também designa o clima intelectual e artístico do período em questão. Foi uma época marcada por profundas transformações culturais que se traduziram em novos modos de pensar e viver o cotidiano.

A Belle Époque foi considerada uma era de ouro da beleza, inovação e paz entre os países europeus. Novas invenções tornavam a vida mais fácil em todos os níveis sociais, e a cena cultural estava em efervescência: cabarés, o cancan, e o cinema haviam nascido, e a arte tomava novas formas com o Impressionismo e a Art Nouveau. A arte e a arquitetura inspiradas no estilo dessa era, em outras nações, são chamadas algumas vezes de estilo "Belle Époque". Além disso "Belle Epóque" foi representada por uma cultura urbana de divertimento incentivada pelo desenvolvimento dos meios de comunicação e transporte gerados pelos lucros e necessidades da política imperialista, que aproximou ainda mais as principais cidades do planeta.

sábado, 10 de abril de 2010

Crônica de Luiz Fernando Verissimo sobre o BBB


Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB),
produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos
chegar ao fundo do poço. A décima (está indo longe) edição do BBB é
uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil
encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à
nossa modesta inteligência.
Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu
fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo,
principalmente pela banalização do sexo. O BBB 10 é a pura e suprema
banalização do sexo. Impossível assistir ver este programa ao lado dos
filhos.. Gays, lésbicas, heteros... todos na mesma casa, a casa dos
"heróis", como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra
gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza
ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterosexuais. O BBB 10 é a
realidade em busca do IBOPE.
Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB 10. Ele prometeu
um "zoológico *humano* divertido" . Não sei se será divertido, mas
parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.
Se entendi corretamente as apresentações, são 15 os "animais" do
"zoológico": o judeu tarado, o gay afeminado, a dentista gostosa, o
negro com suingue, a nerd tímida, a gostosa com bundão, a "não sou
piranha mas não sou santa", o modelo Mr. Maringá, a lésbica convicta,
a DJ intelectual, o carioca marrento, o maquiador drag-queen e a PM
que gosta de apanhar (essa é para acabar!!!).
Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e
escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro
de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível.
Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente
bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se
morrer tão cedo. Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse
programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da
ética e da dignidade.
Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro
repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e
meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente,
chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos
exemplos de heróis?
Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros,
profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os
professores) , carteiros, lixeiros e tantos outros *trabalhadores
*incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com
dedicação, competência e amor e quase sempre são mal remunerados.
Heróis são milhares de brasileiros que sequer tem um prato de comida
por dia e um colchão decente para dormir, e conseguem sobreviver a
isso todo santo dia.
Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças
complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais
saudável e digna.
Heróis são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONGs,
voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de
carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna
heroína Zilda Arns).
Heróis são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam
suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como
mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede
Globo.
*O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não
acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos
telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro
estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à
criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e
moral. São apenas pessoas que se prestam a comer, beber, tomar sol,
fofocar, dormir e agir estupidamente para que, ao final do programa, o
"escolhido" receba um milhão e meio de reais. E ai vem algum psicólogo
de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento
humano". Ah, tenha dó!!!
*
Veja o que está por de tra$$$$$$$$$ $$$$$$$ do BBB: José Neumani da
Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de
pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta
centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e
setecentos mil reais. Eu vou repetir: *oito milhões e setecentos mil
reais a cada paredão.
*
Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse
dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino
e saúde de muitos brasileiros? (Poderia ser feito mais de *520 casas
populares;* ou comprar mais de 5.000 computadores)
Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de *vergonha e
indignação*, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.
Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário
Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema...,
estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... ,
telefonar para um amigo... , visitar os avós... , pescar..., brincar
com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir. Assistir ao
BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda
resta dos valores sobre os quais foi construída nossa sociedade.

domingo, 4 de abril de 2010

Filme : Ilha do Medo

Essa semana fui assistir o filme de Scorsese, muito bom, como todos os seus filmes, segue aí uma crítica de Marcelo Hessel.


Surge do meio da neblina, como o carro no começo de Taxi Driver, a balsa que leva o agente federal Teddy Daniels (Leonardo DiCaprio) à Ilha do Medo. Se o autor do livro que serve de base ao filme, Dennis Lehane, já dizia que a sua ideia era homenagear gêneros, dos filmes B aos terrores góticos, na adaptação Martin Scorsese também abraça as múltiplas referências - a começar pela referência a si mesmo.

Como em Taxi Driver, a neblina é um enigma, simboliza um tormento. No caso, descobrimos rapidamente que Teddy está chegando ao presídio psiquiátrico na ilha Shutter, acompanhado do agente Chuck Aule (Mark Ruffalo), não só para investigar o desaparecimento de uma paciente, como também para resolver questões particulares que o assombram desde a morte de sua esposa, Dolores (Michelle Williams).

A partir daí a colagem de referências é tão intensa que Scorsese parece estar jogando pistas falsas para incitar interpretações do espectador. Filme de guerra (seria o hospital uma espécie de campo de concentração?), filme policial (estaria Teddy, como todo detetive de noir, sendo vítima de uma conspiração?) e filme-delírio (o que afinal é real na Shutter Island?) se misturam. Até o título nacional, que sugere um suspense sobrenatural, entra involuntariamente nesse jogo de espelhos.

E aí vai muito da disposição do espectador para entrar na brincadeira. Se você se incomoda com a mania de Lost, por exemplo, de apresentar novos personagens a cada temporada, vai se irritar com a quantidade de gente que, numa razão de 15 em 15 minutos, aparece do nada em Ilha do Medo. Herança dos filmes B, por sua vez, os diálogos variam do genérico ("o cais é o único caminho para entrar e o único para sair") ao hiperexpositivo (conte quantas vezes eles repetem que a Ala C é onde ficam os mais perigosos...).

O que deve agradar os fãs de Scorsese é acompanhar como o cineasta, um assimilador de referências por natureza, usa de seu estoque formal para se adequar às regras do gênero. Se a ideia é confundir o espectador, como nas cenas em que Teddy se encontra com Dolores, ele quebra o eixo de câmera descaradamente para "duplicar" Dolores (o que na mão de qualquer outro seria visto apenas como barbeiragem). Se o objetivo é exagerar na tensão, vamos logo de John Cage e "Music for Marcel Duchamp" na trilha sonora.

Ademais, quem mais abusaria de chicotes (aquelas pans rápidas que vão de um personagem a outro sem corte) de forma tão temerária? Ilha do Medo tem alguns momentos constrangedores (estátua de fauno, sério mesmo?) e outros transcendentais, como os flashbacks do Holocausto - um Holocausto meio barroco, reimaginado sob influência da química do hospício, o que não deixa de ser interessante. Ambos os extremos têm seu apelo. Não trata-se de tentar tirar uma média, mas de acompanhar, com certo prazer, como Scorsese passa do sublime ao desastroso sem se abalar.

No fim, olhando para os trabalhos do diretor na última década, recebidos de forma amistosa pela crítica e pela mídia, não é difícil aferir que Ilha do Medo é o mais ousado, para o bem e para o mal. Será recebido com opiniões polarizadas, mas pelo menos fica o alívio de que, depois do Oscar, o diretor não se acomodou.

sábado, 27 de março de 2010

Caso Isabela!!

Após cinco dias de julgamento e expectativa da opinião pública, o casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá foi condenado no início da madrugada do sábado (27) pela acusação da morte de Isabella Nardoni, ocorrida em 29 de março de 2008. À época, a garota tinha cinco anos. Nardoni foi sentenciado a 31 anos, um mês e 10 dias. Jatobá, a 26 anos e 8 meses de prisão.
À 0h28 deste sábado, o juiz Maurício Fossen leu a decisão dos jurados. Sete pessoas, três homens e quatro mulheres, foram incumbidas de decidir o futuro do casal. Cinco delas jamais haviam participado de um júri.
O juiz Fossen interrompeu a votação quando a contagem chegou a quatro votos favoráveis à condenação - segundo ele, o objetivo foi garantir o sigilo da escolha de cada jurado. Assim, não é possível afirmar que os réus foram condenados por unanimidade.
Enquanto a leitura da sentença era feita pelo juiz, Nardoni, de 31 anos, e Anna Jatobá, de 26 anos (coincidentemente o mesmo tempo de sentença dado a cada um dos réus), esboçaram pouca reação e choraram de forma discreta. Do lado de fora do fórum, quase três minutos de explosões de fogos de artifícios se seguiram.
Quase dois anos se passaram até a semana do julgamento, período em que Nardoni e Jatobá sempre negaram a autoria do crime.
O casal saiu do Fórum de Santana, na Zona Norte de São Paulo, direto para o presídio de Tremembé (veja no vídeo acima). Na saída de Nardoni e Jatobá em direção ao presídio, a polícia no local chegou a usar gás de pimenta para afastar a aglomeração que tentou atacar o camburão.
O advogado de defesa Roberto Podval recorreu da decisão logo após o anúncio do veredicto - o casal não terá o direito de aguardar em liberdade. Ele não quis conceder entrevista e apenas declarou que o "brilho da noite é de (Francisco) Cembranelli", o promotor do caso.
Logo após o pronunciamento do juiz, Cembranelli expressou que a confiança na condenação do casal Nardoni era "total". “Sempre me senti pronto. O resultado (do julgamento) mostrou que eu estava certo”, declarou ele, que foi aclamado pelos populares nos arredores do Fórum de Santana. "A certeza que eu tive sempre foi total. Nada me abalou.”
Para Cristina Christo, advogada assistente de acusação, a linha do tempo (na argumentação do promotor sobre os horários das ligações telefônicas que colocam o casal dentro do apartamento no momento do crime) e os depoimentos do médico do IML, da perita e da delegada do caso foram fundamentais para a condenação.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Você


Escreva a sua história na areia da praia, Para que as ondas a levem através dos 7 mares;Ate tornar-se lenda na boca de estrelas cadentes.

Conte a sua história ao vento, Cante aos mares para os muitos marujos;cujos olhos são faróis sujos e sem brilho.

Escreva no asfalto com sangue,Grite bem alto a sua história antes que ela seja varrida namanha seguinte pelos garis.

Abra seu peito em direção dos canhões,Suba nos tanques de Pequim,Derrube os muros de Berlim,Destrua as cátedras de Paris.

Defenda a sua palavra, A vida nao vale nada se você nao viver uma boa história pracontar.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Compartilhando a arte e o ensinamento ao desapego.


É um trabalho impressionante dos monges budistas que fazem as mandalas de sal colorido.
Feitas com o maior cuidado e com a maior dedicação, elas são desmanchadas logo depois de prontas para demonstrar a transitoriedade das coisas na vida, mesmo que elas exijam o maior esforço.
Assim é que nós devemos encarar o dia-a-dia. E sempre prontos para começar tudo de novo, se preciso for.
Perca o referencial de vez em quando.
Saia de sua zona de conforto.
Dê oportunidade ao imprevisível.
Nada é mais certo do que a incerteza.
As coisas têm o valor que nós damos a elas....
" Panta Rei" é uma expressão do pensador Heráclito,
que significa TUDO MUDA ( tudo flui, nada persiste ) -
e ele usava como metáfora filosófica a idéia de pisar num rio ,
que um milésimo de segundo depois de pisado,
já não era mais feito da mesma água.
A Saúde - A nossa maior dádiva!
A Oração - A solução para os dias atuais com a Terra em transição!
A PAZ - Busque-a na sua Energia Vital, no interior do seu ser!
O Amor - O elo, a razão e o entendimento para tudo!
O Perdão - A ascensão espiritual!
O Trabalho - É o nosso estímulo!
A Humildade - É a sabedoria!
O Orgulho - é a maior DOENÇA da ALMA!

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Oráculo de Delphos


Por que o nome “Delphos” ?


O Oráculo de Delphos, na antiga Grécia, era um dos lugares sagrados mais venerados pelos gregos. Durante mais de 15 séculos, cidadãos comuns, generais, filósofos e reis se dirigiram ao Oráculo de Delphos para consultar as pitonisas, sacerdotisas que interpretavam a palavra dos deuses, na busca de respostas às questões da sua existência e do seu destino. No acesso ao templo encontravam-se as famosas palavras: “Conhece-te a ti mesmo”. Podemos dizer que todos nós, metaforicamente, também estamos diante desse templo, só que a chave para abri-lo está dentro de cada um, é o “conhece-te a ti mesmo”. Ninguém pode abrir este templo sagrado por nós. Na verdade, quando nos dispomos a entrar no templo, iniciamos uma jornada da qual só sabemos o início. Para onde vamos, aonde vai dar esse processo, ninguém sabe... No entanto, este é um caminho sem volta. Diz uma canção nativista do Rio Grande do Sul que “quando a gente abre as asas, nunca mais, nunca mais...”.

A Dama da Lotação- Nelson Rodrigues

Às dez horas da noite, debaixo de chuva, Carlinhos foi bater na casa do pai. O velho, que andava com a pressão baixa, ruim de saúde como o diabo, tomou um susto:
— Você aqui? A essa hora?
E ele, desabando na poltrona, com profundíssimo suspiro:
— Pois é, meu pai, pois é!
— Como vai Solange? - perguntou o dono da casa. Carlinhos ergueu-se; foi até a janela espiar o jardim pelo vidro. Depois voltou e, sentando-se de novo, larga a bomba:
— Meu pai, desconfio de minha mulher.
Pânico do velho:
— De Solange? Mas você está maluco? Que cretinice é essa?
O filho riu, amargo:
— Antes fosse, meu pai, antes fosse cretinice. Mas o diabo é que andei sabendo de umas coisas... E ela não é a mesma, mudou muito.
Então, o velho, que adorava a nora, que a colocava acima de qualquer dúvida, de qualquer suspeita, teve uma explosão:
— Brigo com você! Rompo! Não te dou nem mais um tostão!
Patético, abrindo os braços aos céus, trovejou:
— Imagine! Duvidar de Solange!
O filho já estava na porta, pronto para sair; disse ainda:
— Se for verdade o que eu desconfio, meu pai, mato minha mulher! Pela luz que me alumia, eu mato, meu pai!
A SUSPEITA
Casados há dois anos, eram felicíssimos. Ambos de ótima família. O pai dele, viúvo e general, em vésperas de aposentadoria, tinha uma dignidade de estátua; na família de Solange havia de tudo: médicos, advogados, banqueiros e, até, ministro de Estado. Dela mesma, se dizia, em toda parte, que era "um amor" ; os mais entusiastas e taxativos afirmavam: "É um doce-de-coco". Sugeria nos gestos e mesmo na figura fina e frágil qualquer coisa de extraterreno. O velho e diabético general poderia pôr a mão no fogo pela nora. Qualquer um faria o mesmo. E todavia... Nessa mesma noite, do aguaceiro, coincidiu de ir jantar com o casal um amigo de infância de ambos, o Assunção. Era desses amigos que entram pela cozinha, que invadem os quartos, numa intimidade absoluta. No meio do jantar, acontece uma pequena fatalidade: cai o guardanapo de Carlinhos. Este curva-se para apanhá-lo e, então, vê, debaixo da mesa, apenas isto: os pés de Solange por cima dos de Assunção ou vice-versa. Carlinhos apanhou o guardanapo e continuou a conversa, a três. Mas já não era o mesmo. Fez a exclamação interior: "Ora essa! Que graça!". A angústia se antecipou ao raciocínio. E ele já sofria antes mesmo de criar a suspeita, de formulá-la. O que vira, afinal, parecia pouco, Todavia, essa mistura de pés, de sapatos, o amargurou como um contato asqueroso. Depois que o amigo saiu, correra à casa do pai para o primeiro desabafo. No dia seguinte, pela manhã, o velho foi procurar o filho:
— Conta o que houve, direitinho!
O filho contou. Então o general fez um escândalo:
— Toma jeito! Tenha vergonha! Tamanho homem com essas bobagens!
Foi um verdadeiro sermão. Para libertar o rapaz da obsessão, o militar condescendeu em fazer confidências:
— Meu filho, esse negócio de ciúme é uma calamidade! Basta dizer o seguinte: eu tive ciúmes de tua mãe! Houve um momento em que eu apostava a minha cabeça que ela me traia! Vê se é possível?!
A CERTEZA
Entretanto, a certeza de Carlinhos já não dependia de fatos objetivos. Instalara-se nele. Vira o quê? Talvez muito pouco; ou seja, uma posse recíproca de pés, debaixo da mesa. Ninguém trai com os pés, evidentemente. Mas de qualquer maneira ele estava "certo". Três dias depois, há o encontro acidental com o Assunção, na cidade. O amigo anuncia, alegremente:
— Ontem viajei no lotação com tua mulher.
Mentiu sem motivo:
— Ela me disse.
Em casa, depois do beijo na face, perguntou:
— Tens visto o Assunção?
E ela, passando verniz nas unhas:
— Nunca mais.
— Nem ontem?
— Nem ontem. E por que ontem?
— Nada,
Carlinhos não disse mais uma palavra; lívido, foi no gabinete, apanhou o revólver e o embolsou. Solange mentira! Viu, no fato, um sintoma a mais de infidelidade. A adúltera precisa até mesmo das mentiras desnecessárias. Voltou para a sala; disse à mulher entrando no gabinete:
— Vem cá um instantinho, Solange.
— Vou já, meu filho.
Berrou:
— Agora!
Solange, espantada, atendeu. Assim que ela entrou, Carlinhos fechou a porta, a chave. E mais: pôs o revólver em cima da mesa. Então, cruzando os braços, diante da mulher atônita, disse-lhe horrores. Mas não elevou a voz, nem fez gestos:
— Não adianta negar! Eu sei de tudo! E ela, encostada à parede, perguntava:
— Sabe de que, criatura? Que negócio é esse? Ora veja!
Gritou-lhe no rosto três vezes a palavra cínica! Mentiu que a fizera seguir por um detetive particular; que todos os seus passos eram espionados religiosamente. Até então não nomeara o amante, como se soubesse tudo, menos a identidade do canalha. Só no fim, apanhando o revolver, completou:
— Vou matar esse cachorro do Assunção! Acabar com a raça dele!
A mulher, até então passiva e apenas espantada, atracou-se com o marido, gritando:
— Não, ele não!
Agarrado pela mulher, quis se desprender, num repelão selvagem. Mas ela o imobilizou, com o grito:
— Ele não foi o único! Há outros!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

O Momento de Deus

"Passará, talvez desapercebido para nós, contudo, ele existe no tempo, o momento de Deus.Esfalfamo-nos, bastas vezes, transfigurando os valores da atenção nosdesperdícios da inquietação, diligenciando impor a fé religiosa naqueles que amamos, esquecidos de que o Criador lhes consagra mais amor que nós mesmos.Deus espera. Por que desanimar, de nossa parte, quando a edificaçãoespiritual se nos afigura tardia?Com isso, não desejamos dizer que somente nos resta abandonar ao vento da provação aqueles entes queridos para os quais aspiramos o entendimento maior.Reflitamos que se a Divina Providência no-los confiou, decerto assim procedeu, através das pessoas e circunstâncias que nos rodeiam, aguardando algo de nossa cooperação no amparo a eles.Em tempo algum, ser-nos-á lícito relegar para Deus as obrigações que nos competem, o que nos constrange igualmente a verificar que existe a "parte de Deus" em cada realização, cujo âmbito nos é defeso à qualquer exigência.Não conseguimos antepor-mos, de maneira alguma, ao momento de Deus e nem fazer o que lhe cabe realizar, todavia, somos convidados a preparar-lhe as condições adequadas ao surgimento vitorioso.À medida que se nos intensifica a madureza de espírito, categorizamo-nos à conta de semeadores nas almas.Nesse sentido, recordemos os cultivadores da gleba que sustentam acivilização e asseguram a vida. Nenhum deles, por mais sábio, logradesentranhar com as próprias mãos, os princípios da semente, cujo embrião possui um instante próprio a fim de desacolchetar envoltórios e desabrochar à plena luz.Ainda assim, patrocinam a exatidão da leira, administram adubos, dosam a rega, garantem a defesa da planta e efetuam enxertias, quando enxertias se façam necessárias ao rendimento da produção.Se há imperscrutável serviço divino na intimidade dos processos danatureza, há inadiável serviço do homem na esfera da natureza para que a natureza corresponda intensamente ao toque divino.Os estatutos da Criação não permitem à criatura relegar para o Criador a obrigação que lhe compete.Ama, pois, teus pais, filhos, irmãos, amigos e companheiros tais quais são por agora, sem te esqueceres de ajudá-los comsimpatia, cooperação, fraternidade e bons exemplos, a se exprimirem por valioso auxílio prévio.Trabalha e prepara com eles e junto deles o futuro melhor, na convicçãode que, em matéria de compreensão e penetração nos reinos do espírito, os mais elevados anseios humanos são compelidos a esperar pelo momento de Deus."

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Amor


"O amor nos tira o sono, nos tira do sério, tira o tapete debaixo dos nossos pés, faz com que nos defrontemos com medos e fraquezas aparentemente superados, mas também com insuspeitada audácia e generosidade. E como habitualmente tem um fim - que é dor - complica a vida. Por outro lado, é um maravilhoso ladrão da nossa arrogância.
Quem nos quiser amar agora terá de vir com calma, terá de vir com jeito. Somos um território mais difícil de invadir, porque levantamos muros, inseguros de nossas forças disfarçamos a fragilidade com altas torres e ares imponentes.
A maturidade me permite olhar com menos ilusões, aceitar com menos sofrimento, entender com mais tranqüilidade, querer com mais doçura.
Às vezes é preciso recolher-se.”

domingo, 3 de janeiro de 2010

Esperança


"Vivo em busca da construção de um sonho tenho amor tenho fé e coragem o suficiente para alcança-los, tenho medo, sim de altura, masvivo caindo nos meus abismos particulares o que me da forças pra me reerguer eseguir em frente, gosto de ler e as vezes traço algumas linhas no papel porém oque sou ainda não sei muito bem, mas sei o que devo ser e quem quero ser...
Um dia eu chego lá, toda manhã sinto que cresci um pouquinho e sei que daqui a pouco nem eu me alcanço mais sou maior do que penso ser..."(Laisa Rosinski)

Feliz 2010!!!